sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dois (ou três) dias da vida de Kruschev


Foram dois os dias mais incríveis e maravilhosos que Kruschev viveu. Não foi um único dia, foram dois! Exatamente dois! Ou três...? Enfim, foi mais de um dia, e esses dias lhe proporcionaram a maior das felicidades já existentes de todo o universo, embora naqueles mesmos dias ele nem sabia disso.


Passou rápido para Kruschev. Logo Kruschev, anti-conservador, pseudo-idealista, sonhador da esperança, temeroso das desigualdades e iludido com a realidade... logo ele, que nunca queria ver o tempo passar rápido. Que nem queria que nada acontecesse naqueles dias. Que nem sabia o que realmente estava acontecendo. Que num simples passe de não-sei-lá-o-quê de mágica trouxe os seres mais encantadores - e trágicos, convenhamos! - da face da Terra.


Era um simples passeio de carro, indo numa praia não tão bonita assim, num vento meio que frio, final de janeiro (ah.. lá vem esse mês novamente...), e passando fome porque Kruschev ainda nem tinha almoçado.


Num outro dia, mais distante no tempo do que esse, mas nem tão distante entre lugares, fazia um calor insuportável que ele ficou sem camisa durante três dias seguidos - inclusive quando realizava tarefas escritas que iriam colocar rumo positivo ou um pouquinho negativo em sua vida -, olhava para pés de uma fruta que não sabia distinguir se era amora ou framboesa, e passava por dentro daquele lugar chamado "universidade federal", que para ele soava mais como "pesadelo distante de um sonho ainda não consumado" (naquela época).


Mas por que então ele considera esses dois simples dias os mais felizes de sua vida? Saberia ele realmente o que é felicidade? Kruschev, de fato, não sabia o que era felicidade. Naquele momento ele não sabia que aqueles seres lhe traziam felicidade. Infelizmente, descobriu a felicidade só tempos depois.


Um olhar mais atento para as relações paradóxicas desvendou todo esse mistério da felicidade. A felicidade não se busca, não se procura, não se acha. A felicidade não está escondida, ela não está em uma pessoa, nem em duas. Ela não está em um lugar, nem em outro. Ela não está em bens materiais, ela não está no dinheiro, ela não está numa casa, ou carro. Ela não está nem mesmo em outros sentimentos como o amor, a saudade. A felicidade está em algo muito maior que tudo isso: ELA ESTÁ EM VOCÊ


Não a desperdice. E disso Kruschev sabe fazer. Por isso ele lembra tanto daquele dias: simples dias, embora apaixonantes, como um despertar do sol de seis horas da manhã do sábado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Coração


Vamos em busca de algo novo mais uma vez. Um novo sentimento único, que se faça presente nas ocasiões mais tristes da vida. Talvez apenas para reviver aquele sangrento dia, que novamente provamos que nada impedirá que continuemos caminhando juntos, lado a lado, sonho por sonho, esperança em cada gesto, e ternura em cada olhar.


O coração é, sim, a parte do corpo humano mais sombria que existe. Dele nasce tudo, nasce a vida e toda existência do homem. Porém, nasce também a morte (colocando assim mesmo no antagonismo dessas duas palavras). Nasce porque para nós ele nunca morre, não é mesmo?


Rezo mais uma vez para que o senhor lá de cima me inspire nas minhas conquistas, ilumine meus caminhos, não me afaste das pessoas que mais amo nessa vida, e me torne um homem responsável, mas que nunca, jamais nessa vida, se esqueça das suas últimas palavras: "continue assim, sendo um brincalhão".


Continuarei, continuarei sim. Mas as lágrimas não consigo mais enxugá-las. Quem dera se eu pudesse te dar um novo coração naquele triste 8 de outubro... Quem dera... E continuemos nossa longa caminhada.