segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A "Teoria do Coadjuvante"


Um dia meu pai me disse: "Nessa vida você tem que ter tudo 'mais-ou-menos'. Carro mais-ou-menos, mulher, casa". Logicamente, ele não estava querendo dizer pra eu ter uma vida, digamos, vagabunda, que a gente não mereça realmente. Não é isso. Você sim tem que ter tudo que gosta, tudo que mereça ter, mas nunca, jamais, tem que se expor tanto, aparecer para todo mundo, tirar "onda" com seu carro, fazer inveja nas pessoas com a mulher que tem, e tal.

É essa a base da teoria. Você, sempre, deve ser o coadjuvante. Não precisa ser melhor que ninguém, nem pior. Só tem que ter cuidado para não chamar a atenção das pessoas. Ficar na sua. Ir a uma festa e não fazer bagunça, mas se divertir bastante. Ajudar quem precisa de ajuda, mas sem pedir nada em troca, e se possível não se identificar. Sair sempre quando tiver que sair de algum lugar. Não reclamar de nada quando não precisar, mas sempre lutar por aquilo que é o certo. Ter um carro que você mais gosta, mas não o "idolatrar" como fazem vários caras estúpidos que tentam firmar sua virilidade mostrando a máquina de correr. Ter a mulher que sempre quis, não porque ela é linda estilo "top model", mas porque você a ama. Enfim, ser uma pessoa totalmente discreta, mas nunca sem participação naquilo que você tem – e deve – participar, que seja sua função como ser humano.

É dar valor às coisas boas. Valorizar certos conceitos, sentimentos. É ser uma pessoa assim. Então, a Teoria do Coadjuvante diz que sua vida é você quem constrói, porém a construção é feita paulatinamente e com muito esforço. Tudo deve ser feito pensando nas conseqüências, para que você não seja o centro das atenções por aquilo que você fez. Nem quando é coisa boa. A discrição é a melhor coisa, lembre-se disso.

Agora, você é o coadjuvante. Deixe que os atores principais faça o filme. Se fosse um filme, você morreria primeiro, mas depois seria lembrado por todos.


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