

Caro amigo Kruschev,
eu não mais me arrependo do que fiz, ou deixei de fazer. Tentei ser um cara legal. Tentei seguir meu coração. Mas, por vezes, senti que o mesmo temia eu parar de bater. Bati nele muitas vezes, daí conseqüentemente o mesmo voltava a bater.
Eu tentei ser bom, de verdade. Fiz algumas coisas boas. Meio inconseqüentes, eu sei, mas não passava da minha cabeça. Só que não me arrependo. Não de falar "se pudesse faria tudo de novo". Não, nada disso.
Eu fui posto em xeque algumas vezes, inesperadamente. Totalmente inesperado. Ali, do nada. Puf! Aparecia a oportunidade. Aparecia, eu logo pensava, e pensava mais um pouco: "cara, e aquilo que você tanto pensava antes? E seus sonhos? Jogará fora? Assim, simplesmente?" Mas era muito rápido. Logo, puf! Foi embora...
Eu não diria mais que fui amaldiçoado. Realmente, de verdade, é possível pensar sim que eu fui. Porém era muito coisa de cabeça, entende!? ACreditava que tinha sido amaldiçoado, zica braba, macumba, galinha preta, gato preto! Não fui.
Maldição não me pega, isso está comprovado. Sou abençoado, protegido eternamente pelo mais lindo dos anjos, pela pessoa mais maravilhosa que existe no mundo, que sempre me guiará, me protegerá, ainda que eu esteja no vale das sombras, num poço sem fundo, num túnel sem fim, na lado mais sombrio da alma humana, onde eu tenha que batalhar contra mim mesmo.
Talvez, Kruschev, seja isso mesmo: eu fui minha própria maldição, exatamente por achar uma coisa que não existia.
Que isso seja guardado entre nós.
Abraços,
Pseudo.
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